Zelma Bezerra (*)
(Dedicado à Nísia Floresta Brasileira Augusta)
Teus olhos
Nas fotos
Me olham
Longamente, carinhosamente
Dentro deles
Eu leio a inquietude
De tua alma
Que eu tanto compreendo
Presa, ainda,
Depois de tanto tempo
Às injúrias e injustiças
Que sofreste
E que o tempo,
Impiedoso e implacável
Não apagou.
Teus olhos me olham
E me fascinam
E eu vejo neles
Um desejo incontido de justiça...
Meu pai disse-me um dia
Que eu tinha ávidas mãos
Que lutam para vencer...
Faz das minhas mãos as tuas
Quem sabe elas
Castigam fazer-te compreender...
(*) presidente da Academia Feminina de Letras do RN e presidente do Memorial da Mulher
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