DO AMOR QUE FICA
Lúcia Helena Pereira
Fale-me desse amor que fica
No perfume da rosa que te dei
E desfolhaste na madrugada insone.
Preciso saber desse amor imenso, lento, chegando
Para ficar um dia, preso entre nós dois,
Concha do mar, luar de abril,
Brisa que o vento agride.
Fale-me dessa rosa que fica
Num jarro de vidro azul esmaecido,
Onde ela se destaca e adormece,
Amanhecendo em suor de luz.
Fale-me desse amor que fica
Na doçura de um cansaço de esperas,
Na luminosidade de um dia festejado de sol,
Na hora íntima, de juntarmos nossos corpos...
E mãos!
Preciso desse sorriso seu - amoroso,
Da translúcida hora da afeição e do orgasmo
De uma flor, presa ao galho,
E se desprendendo, parindo sozinha...
Fale-me do amor que fica - eterno,
Lindo e lírico, cheio de noites e madrugadas,
O amor que nada pede, recebe
E se dá!
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ENQUANTO VOCÊ ADORMECE
Lúcia Helena Pereira
Escrevi este poema em minh´alma
Enquanto você dormia
Tal anjo bom e terno, caído, liricamente,
Na linda alcova feita do mato verde e cheiroso.
Cantei nossa canção eterna
E vi um ricto em seu lábio, como quem cantava também
E dizia de amor, em frases sussurradas
Num rítmo torturado de notas musicais amenas...
Beijei sua fronte iluminada por aquele raio de sol
E seus olhos me salvaram da solidão e mágoa que a distância traz
E fiz carinhos em seu peito arfante
E me deitei sobre a sombra do seu corpo amado.
O amor chegava, a qualquer hora, sempre festivo,
Surpreendendo, cativando e me fazendo cativa,
Enquanto de suas mãos, o calor, o meigo toque
E sensações de momentos áureos, me fustigavam o ser.
Oh! Doce amor, meu doce amor,
Quero sempre esse pulsar de corações apaixonados,
Olhar em seu olhar de luz e ver todo o meu ser viver,
Viver em ti, eternamente, enquanto você adormece em mim.
Quero beijar o seu olhar e agradecer
Por me fazer completamente feliz,
Sem maiores ânsias, já que provamos todos os sabores,
Mas, por favor, deixe-me amá-lo enquanto adormece.
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