PEDRO SIMÕES NETO -PRESIDENTE DA ACLA.
A arte de escrever vem desde os primórdios das civilizações que deixaram suas epístolas como herança para outras tantas gerações.
Nesse itinerário, conta-se que Santo Inácio de Loyola vinha numa grande caravana pelo deserto, quando deparou-se com um homem olhando as estrelas. Parou junto dele, mandou a caravana descansar e perguntou-lhe: "...e você, homem, o que você é nesta vida"? O homem respondeu com humildade: "sou apenas uma escritor". E o santo disse: "Então escreva algo para que eu possa comprovar isso". O homem olhou para o santo, na escuridão do deserto, com as estrelas cruzando-se no infinito e respondeu com segurança: "não vou escrever, se me permite, vou cantar"...e dizendo isso começou a assoviar e cantar. E foi um canto tão belo que o santo emocionou-se.
Ao amanhecer o dia, o homem havia desaparecido e o santo queria muito reencontrá-lo. Durante quatro dias e quatro noites a caravana espalhou-se em busca do homem que se dizia escritor. Na madrugada do quinto dia, aproximando-se de um oásis arrodeado de imensas palmeiras, lá estava o homem. O santo correu ao seu encontro e viu-o orando. O dia trouxe um luminoso sol e todos se assustaram ao ver que o homem era cego.
Passados alguns minutos, o Santo não conseguiu se controlar e perguntou: "como o senhor se diz escritor e é cego"? O homem, com absoluta calma respondeu: "e quem disse que não enxergo, ora, as estrelas me guiam para dentro de minha alma e são os meus dedos e inspirações".
Alonguei-me nesse prólogo por uma razão muito simples: meu reencontro com Pedrinho, amigo dos idos da infância e a quem não via há mais de uma década. A última vez que encontramos foi de relance, achei que era ele e sua mana Jojó (Joventina Simões), mas não pude falar-lhes.
Hoje, tenho a grata felicidade de sabê-lo um homem bem sucedido - tal o pai Dr. Percílio Alves - Pedro Simões é um homem de caráter irrepreensível, um amigo do bem querer, um escritor dos bons.
Passei por aqui, por este blog que entrará em manutenção, só para dar esse recado de Santo Inácio de Loyolla, ao meu escritor favorito desses últimos meses, um escritor de linguagem bem apurada, de sensibilidade franciscana que se dedica, neste alvorecer da terceira idade, à ACLA - Academia Cearamirinense de Letras e Artes - que ele criou e preside com todo seu amor.
Para ele, além da saúde, do amor à família, dos amigos que tanto ama, está a sua mais bela página de vida onde palpitam suas maiores inspirações - a ACLA - e isso lhe basta.
Obrigada meu presidente e menino do Ceará-Mirim, por sua inestimável colaboração às letras do RN.
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