FRANKLIN JORGE - ESCRITOR E ARTISTA PLÁSTICO
NILO PEREIRA
"O PINTOR FRANKLIN JORGE
Nilo Pereira
O poeta Franklin Jorge, do Ceará-Mirim, está fazendo telas que encontram a sua melhor motivação em temas populares. Por exemplo: o bumba-meu-boi. E o que ele pinta - assim gosta de frisar em carta - é o que viu no Ceará-Mirim, quando as tradições do povo mais de perto lhe tocaram à imaginação e ao devaneio, a princípio poéticos, agora pictóricos.
Na sua arte, que não é de principiante, há um toque muito sensível de criação pessoal. Pois o que ele pinta - pelo menos é o que depreendo dos slides que me remete do Rio de Janeiro - reflete um pouco a sua criatividade. Não basta ao pintor, como também ao poeta que a realidade lhe ofereça alguma coisa e que o cotidiano seja rico de sugestões: - é preciso que o artista, em todo o rigor da expressão, receba a inspiração e lhe dê a marca individual. Não falta a Franklin Jorge essa marca pessoal de inteligência e de penetração no mistério das coisas. A verdade é que certos temas - por isso mesmo que inseridos na sensibilidade geral - nuca morrem. O que morre é o mau tratamento que recebem. Mas nesse poeta-pintor do Ceará-Mirim o que sobra é a visão poética (inclusive das cores) de todo um mundo que vem à tona, em recordações que agora são telas, como podem ser poemas. E com isso, todos nós, que fomos meninos, voltamos a ser, tangidos por essa força incessante que recria o tempo."
*Publicado originalmente no Diário de Pernambuco, em 29 de maio de 1974, posteriormente transcrito em catálogo de exposição.
NILO PEREIRA
"O PINTOR FRANKLIN JORGE
Nilo Pereira
O poeta Franklin Jorge, do Ceará-Mirim, está fazendo telas que encontram a sua melhor motivação em temas populares. Por exemplo: o bumba-meu-boi. E o que ele pinta - assim gosta de frisar em carta - é o que viu no Ceará-Mirim, quando as tradições do povo mais de perto lhe tocaram à imaginação e ao devaneio, a princípio poéticos, agora pictóricos.
Na sua arte, que não é de principiante, há um toque muito sensível de criação pessoal. Pois o que ele pinta - pelo menos é o que depreendo dos slides que me remete do Rio de Janeiro - reflete um pouco a sua criatividade. Não basta ao pintor, como também ao poeta que a realidade lhe ofereça alguma coisa e que o cotidiano seja rico de sugestões: - é preciso que o artista, em todo o rigor da expressão, receba a inspiração e lhe dê a marca individual. Não falta a Franklin Jorge essa marca pessoal de inteligência e de penetração no mistério das coisas. A verdade é que certos temas - por isso mesmo que inseridos na sensibilidade geral - nuca morrem. O que morre é o mau tratamento que recebem. Mas nesse poeta-pintor do Ceará-Mirim o que sobra é a visão poética (inclusive das cores) de todo um mundo que vem à tona, em recordações que agora são telas, como podem ser poemas. E com isso, todos nós, que fomos meninos, voltamos a ser, tangidos por essa força incessante que recria o tempo."
*Publicado originalmente no Diário de Pernambuco, em 29 de maio de 1974, posteriormente transcrito em catálogo de exposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário