terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O QUE NÃO SE PODE ESQUECER: O NOVO JORNAL E O LUDOVICUS, LANÇARAM O LIVRO: "ACTAS DIURNAS - CRÔNICAS DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO", EM NOV/2011

LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
- VIVO E REDIVIVO SEMPRE!
ACTAS DIURNAS -
CRÔNICAS DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO

A publicação desta obra celebra parceria entre o NOVO JORNAL e o LUDOVICUS - Instituto Câmara Cascudo, dirigidos ambos, respectivamente, pelo jornalista Cassiano Arruda Câmara e Anna Maria Cascudo Barreto; parceria em tudo nova e instigante, que pretende perpetuar-se através de outras futuras ações em conjunto, especialmente voltadas à democratização de idéias consagradoras do labor e do conhecimento.
Reúne, através da seleção de textos originalmente publicados em “A República”, há setenta anos, um pouco do inesgotável Cascudo enquanto cronista da vida cotidiana, memorialista e anotador dos faustos da História, especialmente da História provinciana e natalense a que não falta um certo toque de humor invulgar e aristocrático, que em mãos hábeis redundaria numa sucessão de cromos anedóticos. Cascudo, no entanto, engrandece qualquer assunto com o seu estilo inigualável, sua cultura e erudição proverbiais.
Nesse gênero, jornalístico por excelência, Luís da Câmara Cascudo reafirma sua condição indiscutível de mestre e de artista da palavra, ao discorrer num estilo delicioso e único sobre episódios e personagens. Compõem, esses textos por assim dizer hipnóticos e carismáticos, o universo mental e afetivo de um escritor que por muitos anos produziu um legado intelectual que teria exigido o concurso, não apenas de um homem, mas de um conjunto de homens de cultura e talento que se devotassem incansavelmente a uma tarefa, sob muitos aspectos, sobre-humana, como da obra de Shakespeare disse Coleridge em seu inigualável estudo sobre o Bardo inglês.
Precursor do chamado Jornalismo Literário ou Cultural, como preferem alguns, ainda muito jovem recebeu Cascudo como um presente de seu pai, o Coronel Francisco Cascudo, um jornal – A Imprensa – para praticar a sua arte de escritor e fixar uma época e todas as suas conotações de natureza cultural, humana e política, que procuramos representar aqui através de uma galeria inesquecível que põe novamente em evidência a exuberância de seu universo intelectual, além de consagrar a argúcia com que olhou e se deteve sobre o cotidiano de uma cidade que não passaria então de uma vila preguiçosa e dorminhoquenta.
Enriquece Luís da Câmara Cascudo nossas vidas com a magia e o mistério de outras vidas, sem recair jamais na retórica banal ou no servilismo convencional e corriqueiro, característicos dos agrupamentos enquistados, ao dar relevo a peculiaridades psicológicas, temperamentais e espirituais de todos aqueles que despertaram a sua atenção e que em um lapso de tempo marcaram a vida de Natal, compondo o tecido social e cultural de que se fizeram representantes ou representativos de uma sociedade e de uma época em franca transição para a modernidade. Assim, convivem em seu texto do empreendedor ao homem do povo anônimo e tenaz, o intelectual e o político, o artista e o visionário, o industrial e o filantropo, o inovador e o serviçal do hábito que por seus atos ou pela memória de seus atos se fizeram imprimir em seu imaginário afetivo.
Eis o livro que havia muito se fazia esperar.
Texto: Franklin Jorge

O lançamento do livro “Actas Diurnas - Crônicas de Luís da Câmara Cascudo” - foi apoteótico. Evento para maior engrandecimento da memória do Rio Grande do Norte que, lamentavelmente não pude comparecer, por motivo alheio à minha vontade.
O grande evento teve lugar no Ludovicus (a Casa de Luis da Câmara Cascudo) em comunhão com o Novo Jornal, em 17-11-2011.

E não poderia ser de outra forma, sem a sensibilidade literária desse augusto escritor, filho do vale verde cearamirinense, meu conterrâneo, e quem, depois de Nilo Pereira (refiro-me ao cronista literário), tornou-se um ícone no gênero epistolar.

Louvo à minha querida confreira Anna Maria Cascudo Barreto e toda a sua família, por manterem viva a chama dessa imensa luz que jamais se apagará - Câmara Cascudo.

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