sexta-feira, 29 de junho de 2012

POEMA - BERILO WANDERLEY!

Poema

O sol dos teus olhos foi que
amadurou meus olhos.
A rosa da tua boca foi que
perfumou a minha boca.
A doçura do teu amor foi que
adoçou a minha vida.
E hoje minha vida é feliz.
Como uma janela aberta para uma manhã de sol.
Feliz como alguém de assobia
na rua e passa.
E a tristeza que outrora
guardei como rosas tristes,
plantei entre pedras e não medraram
nunca mais.
Agora canto como as fontes,
que as dores mal nascidas secaram
e morreram à beira do caminho.

sábado, 16 de junho de 2012

MISSA DE PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO FALECIMENTO DE JOSÉ BARTOLOMEU CORREIA DE MELO.

C O N V I T E ESPECIAL

JOSÉ BARTOLOMEU CORREIA DE MELO

EDUARDO GOSSON, presidente da União Brasileira de

Escritores - UBE/RN e Verônica Melo (viúva)

convidam V. Senhoria e família para a Missa de 01 ano

de encantamento do Escritor José Bartolomeu

Correia de Melo.


Local: Igreja Nossa Senhora do Líbano (situada na rua

do Jornal de Hoje, atrás da UNP da Salgado Filho)

Data: 18.06.2012 (segunda-feira)

Hora: 19h

domingo, 10 de junho de 2012

SOBRE O AMOR E OUTROS SENTIRES - DIVERSOS AUTORES.

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

Pablo Neruda

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SONETO CV
Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare

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Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

Pablo Neruda

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Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade

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O Amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.

Fernando Pessoa

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Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e mal-amar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 9 de junho de 2012

M E T A D E - OSWALDO MONTENEGRO.

M E T A D E
Oswaldo Montenegro



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,

e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também

sexta-feira, 8 de junho de 2012

BREVES POEMAS - LÚCIA HELENA PEREIRA

MEU LINDO HOMEM
Lúcia Helena Pereira

De pele dourada e olhar de chuva
Mãos tão belas, macias, grandes, quentes, amorosas!
Meu homem de 40, 60, 70, 80 anos?
Apenas um menino em minha alma
E minha ânsia de amar!

Homem de cheiro bom,
Cheiro de mato fresco, amanhecido,
Cheiro de almíscar...jogando bafos em mim,
Sem selvageria, mas, com mansidão e ternura,
Abrindo minhas entranhas e fazendo-me delirar!

Oh! Meu lindo homem!
Quero cheirar o teu cheiro,
Beijar teus olhos iluminados,
Cheirar teus lábios de amor
Segurar a tua mão de amor em minha mão
Fazê-la deslizar sobre meu ser
E me vestir do teu calor!

Meu lindo homem!!!
Apenas me amando...aquecendo-me,
Aconchegando-me em teu peito arfante,
Sussurrando palavras bonitas em meus ouvidos
E me amando de amor.

Homem lindo, todo lindo,
À luz de tantos símbolos voláteis,
Como dançarinos em passos de tangos argentinos,
Rodando em mim, dançando em mim!

Meu lindo e terno homem de sangue quente,
Bravo e terno, doce e amoroso,
Dormindo em meu abraço e despertando na aurora
Das flores que brilham tontas de luz,
Tecendo ramos em meu corpo
E no sorriso casto das pétalas rosadas desse teu sorriso -luz.

Meu lindo homem - eu te quero!

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AS ROSAS DO AMOR
Lúcia Helena Pereira


Tento escrever um soneto
Da fonte opaca de minha solidão,
Onde as esperas banham-se no tormento
De uma infinita e dorida ilusão!

Minhas manhãs alvas e lânguidas
Penduram enfeites de ânsias e adormecidos sonhos,
Na paisagem sombria de alegrias magoadas
Desbotando-se em dias tristonhos!

Trago colheitas de esperanças frustradas
Na dourada luz de um castiçal de ardor
Acendendo estrelas torturadas!

Dá-me, amado, o húmus de tua alma,
Para que desabrochem em mim, as rosas do amor,
Na estação primaveril que me acalma!

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BRINCANDO COM AS PALAVRAS
Lúcia Helena Pereira

Quero brincar com as palavras dos seus versos úmidos
E escorregar numa gangorra de lírios e flores.
Brincar com todas as exclamações escravas
E rimas livres do recôncavo melhor de um poema!

Quero saltitar entre dunas de sonhos
E gigantes de realidades bem azuis.
Aterrissar num lindo arrebol, iluminado,
Sem poeira e sem saudades...

Quero brincar com a sinfonia dos seus versos
Numa nota bem alta, aguda, estridente...
De sensações loucas, alucinadas,
Vazando de minha essencial melodia.

Quero, apenas, simplesmente tocar
Em sua macia e inconsútil pluma de emoções.
Escrever uma palavra pequena e bordar
Em pena d´oiro, as flores dos teus versos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A CAVERNA DE CADA UM - AUTORIA DE PÚBLIO JOSÉ.

A CAVERNA DE CADA UM
Públio José – jornalista
(publiojose@gmail.com)



Todos nós enfrentamos momentos difíceis em nossas vidas. Muitos – a grande maioria, por sinal – tendem a interiorizar seus problemas e vê-los bem maiores do que são na realidade. Tais pessoas costumam transformar suas dificuldades em inimigos tão difíceis de enfrentar e vencer que a saída, na maioria das vezes, é procurar o isolamento como forma de refrigerar o sofrimento e diminuir a intensidade da dor. Na verdade, buscam cavernas interiores onde possam se esconder e deixar a borrasca passar, ao invés de se instrumentalizarem para a luta, cultivando dentro de si as armas necessárias ao enfrentamento dos problemas. É natural esse comportamento, o que não quer dizer que seja o mais recomendável. Todos nós, em alguma circunstância de nossas vidas, habitamos cavernas. Já certas pessoas passam a viver nelas um tempo longo demais, diminuindo, com isso, a sua capacidade de luta.
A caverna pode ser até salutar quando o tempo nela vivido é utilizado para meditação, renovação de forças e cultivo de uma nova esperança. Fora disso é fuga, covardia ou a perda da capacidade de reagir, de lutar, de transformar momentos difíceis em aprendizado, capacitação. Muitos personagens ilustres se utilizaram, ao longo da história, de cavernas como forma de superar realidades indigestas. Freud, por exemplo, carregou em seu interior um longo período de tristeza pela morte de um neto. Foram anos sofridos, vividos, em grande parte, em cavernas, das quais saía, de vez em quando, para prosseguir na luta do dia a dia. São também notórios os casos de escritores, artistas, intelectuais, personalidades ilustres que, de tanto buscarem nas drogas uma caverna segura para suas aflições, vazios existenciais – e até inspiração – terminaram sucumbindo a essa nefasta convivência.
Entre os famosos, Jesus Cristo foi um craque em usar a caverna de maneira produtiva. No Jardim do Getsêmani, momentos antes de ser preso, utilizou-se esplendidamente desse instrumento de reclusão como forma de se fortalecer interiormente para enfrentar – e vencer – as horas difíceis que teria pela frente. Na solidão do ambiente, em permanente contato com Deus, através da oração, Jesus travou dentro de si uma batalha tão dolorosa que chegou a suar sangue. A beleza desse instante está em que seu sofrer não acontecia por nenhum problema criado por ele. E sim pelo preço que teria de pagar pela cédula de dívida que tínhamos com Deus por conta dos nossos pecados. Após a intensa introspecção, Jesus saiu do Getsêmani fortalecido interiormente para enfrentar a prisão, o julgamento e a morte. A caverna serviu, assim, para meditar, renovar suas forças e cultivar uma nova realidade.
Realidade que se concretizou no advento da ressurreição. Pois eram nesses instantes de isolamento, no recolhimento interior utilizado principalmente para o contato com Deus, que Jesus encontrava lenitivo para suas dores e revelação dos fatos que viriam a seguir. Ele, portanto, utilizava-se da caverna na busca das explicações para as dúvidas e incertezas que, por ventura, surgissem em seu caminho, e também na correção dos rumos no seu relacionamento com os homens. Assim, a caverna era um elemento altamente valioso na arrumação interna de suas emoções e no planejamento futuro de sua rotina. Conclui-se, então, ser muito difícil não habitarmos cavernas ao longo de nossas vidas. A questão é saber o uso que estamos fazendo dela. Se ela está nos retemperando para vitórias futuras, ou nos levando ainda mais para o fundo do poço. Aliás, agora mesmo, você está dentro ou fora da caverna?

sábado, 2 de junho de 2012

MARCELO ALVES DIAS LANÇARÁ LIVRO EM PROL DA CONSTRUÇÃO DO CARMELO N.SRA. DO SORRISO E STA. TEREZINHA, EM EMAÚS.

LANÇAMENTO DO LIVRO "RETRATOS INGLESES", NO SOLAR BELA VISTA, À AV. CÂMARA CASCUDO 417, CIDADE ALTA, DIA 06 DE JUNHO DE 2012, ÀS 19 HORAS. A RENDA DO LIVRO DE MARCELO ALVES DIAS SERÁ EM PROL DA CONSTRUÇÃO DO CARMELO N.SRA. DO SORRISO E STA. TEREZINHA, EM EMAÚS.

DOAÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO:
BANCO DO BRASIL - AG. 2035-4 CONTA 38748-7

NEWSLETTER DE JUNHO/2012, DO INSTITUTO CÂMARA CASCUDO.