"EU LEMBRO, VOCÊ LEMBRA, NÓS LEMBRAMOS"...
GRACINHA BARBALHO
Gracinha Barbalho, como
é mais conhecida, presenteou-me ontem (03-01), em Muriú, com um exemplar do seu
livro: “Eu lembro, você lembra, nós lembramos...”, autografado em 2012.
Minha conterrânea e
confreira na ACLA (Academia Cearamirinense de Letras e Artes "Pedro Simões Neto"), que vou descobrindo, como tantas outras, num patamar de
grande inteligência e cultura geral, afinal, não tive tempo de conhecer boa
parte do povo da minha terra, vez que, saí do Vale Verde aos seis anos e oito
meses, perdendo pela estrada os meus brinquedos, a gente, algumas paisagens.
Disse um sábio que tudo
volta e é verdade. Verdade linda e pura quando, vamos reencontrando as figuras
do passado.
Nesse livro, Gracinha
traz com emoção e grandeza, a começar pelo prefácio magistral da conterrânea
Gracinha Brandão Soares, sua alma em pedaços, fragmentos do seu existir como
filha do Ceará-Mirim. É quando reúne, ao mesmo tempo, poesia, provérbios e
crônicas, num soluço de saudade, boas recordações, vivências e fatos que marcaram
sua vida.
Na memória fotográfica
do livro, figuras e ocasiões marcantes do seu tempo feliz, naquela paisagem proustiana e dileta, quando o tempo tinha a magia das horas que não passam,
para fixar-se definitivamente, como um quadro na parede, que se movimenta e
seduz, à medida em que o vento e o sol interferem em sua imobilidade serena.
Muitas mãos vasculhando
as emoções da autora que diz em versos, os grandes sentimentos de cada hora. E
não se trata apenas de um livro, mas de um elenco inesgotável, num fila
iluminada para receber troféus. Troféus que a vida ensinou a conquistar.
O Vale Verde é
surpreendente porque tem o sopro da poesia amorosa mergulhada nos massapés,
como a própria capa do livro que retrata um canavial e os cortadores de cana e
que, coincidentemente, é da autoria de Gilson Nascimento, que fez a capa do meu
primeiro livro.
Poesia há no estilo,
saudosismo, beleza e a liturgia amorosa de acontecimentos que só nos engrandecem e enriquecem.
Páro por aqui, vou
enfeitar minhas saudades com as cores dos canaviais e do céu de Ceará-Mirim.
Sinto-me em estado de graça, confreira, esse passeio pela alma dos tempos é um verdadeiro deleite. Agradeço.
Lúcia Helena Pereira
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