domingo, 4 de janeiro de 2015

"EU LEMBRO, VOCÊ LEMBRA, NÓS LEMBRAMOS";;; - LIVRO DA AUTORIA DE GRACINHA BARBALHO, QUE TIVE O PRAZER DE LER E AQUI COMENTO.


"EU LEMBRO, VOCÊ LEMBRA, NÓS LEMBRAMOS"...
GRACINHA BARBALHO

Gracinha Barbalho, como é mais conhecida, presenteou-me ontem (03-01), em Muriú, com um exemplar do seu livro: “Eu lembro, você lembra, nós lembramos...”, autografado em 2012.

Minha conterrânea e confreira na ACLA (Academia Cearamirinense de Letras e Artes "Pedro Simões Neto"), que vou descobrindo, como tantas outras, num patamar de grande inteligência e cultura geral, afinal, não tive tempo de conhecer boa parte do povo da minha terra, vez que, saí do Vale Verde aos seis anos e oito meses, perdendo pela estrada os meus brinquedos, a gente, algumas paisagens.

Disse um sábio que tudo volta e é verdade. Verdade linda e pura quando, vamos reencontrando as figuras do passado.

Nesse livro, Gracinha traz com emoção e grandeza, a começar pelo prefácio magistral da conterrânea Gracinha Brandão Soares, sua alma em pedaços, fragmentos do seu existir como filha do Ceará-Mirim. É quando reúne, ao mesmo tempo, poesia, provérbios e crônicas, num soluço de saudade, boas recordações, vivências e fatos que marcaram sua vida.
Na memória fotográfica do livro, figuras e ocasiões marcantes do seu tempo feliz, naquela paisagem proustiana e dileta, quando o tempo tinha a magia das horas que não passam, para fixar-se definitivamente, como um quadro na parede, que se movimenta e seduz, à medida em que o vento e o sol interferem em sua imobilidade serena.

Muitas mãos vasculhando as emoções da autora que diz em versos, os grandes sentimentos de cada hora. E não se trata apenas de um livro, mas de um elenco inesgotável, num fila iluminada para receber troféus. Troféus que a vida ensinou a conquistar.

O Vale Verde é surpreendente porque tem o sopro da poesia amorosa mergulhada nos massapés, como a própria capa do livro que retrata um canavial e os cortadores de cana e que, coincidentemente, é da autoria de Gilson Nascimento, que fez a capa do meu primeiro livro.

Poesia há no estilo, saudosismo, beleza e a liturgia amorosa de acontecimentos que só nos engrandecem e enriquecem.

Páro por aqui, vou enfeitar minhas saudades com as cores dos canaviais e do céu de Ceará-Mirim. Sinto-me em  estado de graça, confreira, esse passeio pela alma dos tempos é um verdadeiro deleite. Agradeço.

Lúcia Helena Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário