Olá Lucia Helena, tudo bem?
Somente ontem pude ler seu texto, tão ocupado ando nos últimos dias aqui no trabalho.
Bela narração, repleta de sentimentalismo nobre e de valores maiores que, infelizmente, a cada dia se tornam mais extintos. Já disse antes e repito. Seu Vale é lindo! E tal beleza decorre principalmente de uma época áurea relativa a pessoas, valores e princípios que se escoaram, de maneira irreversível, ao longo dos anos.
Tal leitura me levou a uma comparação imediata e inevitável de como pode uma realidade vigente há mais de um século ainda ser tão pungentemente superior à atual? Tanto em relação aos lugares físicos, que anteriormente possuíam uma beleza repleta do maior bom gosto e requinte; quanto no tocante às figuras humanas, tão impolutas e comprometidas com o torrão natal.
Sofri ao final do texto, ao perceber o quanto o Verde Vale ficou órfão sem os seus engenhos mágicos e poéticos e sem a força de seus ancestrais, que colocavam ao dispor de sua terra todo o seu âmago... Parece até impossível que em pleno século XXI o "Solar Antunes" e o "Guaporé", entre tantos outros daquele tempo, ainda não encontrem qualquer construção moderna que consigam rivalizar-se em beleza, nobreza e como símbolo de uma época áurea.
Da mesma forma se dá na essência poética dos seus, que ao meu ver, torna você - a última dos moicanos - a única digna representante literária, que conheço, de "Madalena" ou "Nilo", entre entre tantos outros dantes.
Falo tudo isso sem medo de errar, pois o meu "Vale" também passou por idêntica decadência. Nossos domínios foram invadidos pela turba, nossas flores esmagadas, nossos sonhos esquecidos e nossas memórias expurgadas para que fôssemos extintos em definitivo.
Contudo, enquanto existirem pessoas que consigam manter viva a tradição de sua terra, tudo estará vivo dentro de cada um de nós. Apesar de tudo, sobreviveremos e seremos os guardiões de tão belo legado.
Parabéns pelo texto e pelo Ceará-Mirim antigo, ambos tão belos!
Forte abraço.
Eduardo Carvalho
FELIZ DE QUEM TEM UM VALE VERDE
ResponderExcluirPARA AMAR E LOUVAR!
Eduardo Gosson