segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

COMENTÁRIOS DE EDUARDO CARVALHO SOBRE O TEXTO DE LÚCIA HELENA - SÍNTESE HISTÓRICA DA BRIOSA VILA.







Olá Lucia Helena, tudo bem? 

Somente ontem pude ler seu texto, tão ocupado ando nos últimos dias aqui no trabalho. Bela narração, repleta de sentimentalismo nobre e de valores maiores que, infelizmente, a cada dia se tornam mais extintos. Já disse antes e repito. Seu Vale é lindo! E tal beleza decorre principalmente de uma época áurea relativa a pessoas, valores e princípios que se escoaram, de maneira irreversível, ao longo dos anos. Tal leitura me levou a uma comparação imediata e inevitável de como pode uma realidade vigente há mais de um século ainda ser tão pungentemente superior à atual? Tanto em relação aos lugares físicos, que anteriormente possuíam uma beleza repleta do maior bom gosto e requinte; quanto no tocante às figuras humanas, tão impolutas e comprometidas com o torrão natal. Sofri ao final do texto, ao perceber o quanto o Verde Vale ficou órfão sem os seus engenhos mágicos e poéticos e sem a força de seus ancestrais, que colocavam ao dispor de sua terra todo o seu âmago... Parece até impossível que em pleno século XXI o "Solar Antunes" e o "Guaporé", entre tantos outros daquele tempo, ainda não encontrem qualquer construção moderna que consigam rivalizar-se em beleza, nobreza e como símbolo de uma época áurea. Da mesma forma se dá na essência poética dos seus, que ao meu ver, torna você - a última dos moicanos - a única digna representante literária, que conheço, de "Madalena" ou "Nilo", entre entre tantos outros dantes. Falo tudo isso sem medo de errar, pois o meu "Vale" também passou por idêntica decadência. Nossos domínios foram invadidos pela turba, nossas flores esmagadas, nossos sonhos esquecidos e nossas memórias expurgadas para que fôssemos extintos em definitivo. Contudo, enquanto existirem pessoas que consigam manter viva a tradição de sua terra, tudo estará vivo dentro de cada um de nós. Apesar de tudo, sobreviveremos e seremos os guardiões de tão belo legado. Parabéns pelo texto e pelo Ceará-Mirim antigo, ambos tão belos!

 Forte abraço. 

Eduardo Carvalho

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