domingo, 12 de junho de 2011

MEUS AGRADECIMENTOS À TV. BANDEIRANTE PELA REPORTAGEM SOBRE O PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE CEARÁ-MIRIM.

Muito me emocionaram as paisagens, mesmo deterioradas, do meu vale de infância - o vale esmeraldino.
Percorri o lindo vale com meus olhos de menina, olhos de poeta e olhos de saudade. E fiz essa peregrinação juntamente com o sr. Luciano - (apresentador) do programa ROTA BAND, e da repórter Cecília Marinho que soube bem entrevistar e colher subsídios dos queridos cearamirinenses: o primo Rui Pereira Júnior, meus confrades na ACLA - Gibson Machado e Franklin Marinho, o conterrâneo Herbert Washington Dantas Júnior e, para completar, Antonio Marcos Peixoto - prefeito de Ceará-Mirim, que mostrou-se interessado na restauração do velho solar, construído na metade do séc. XIX. Informou Peixoto, que neste São João vai realizar festa junina nos arredores do Guaporé.

Rever o Guaporé, o Verde Nasce, O Mucuripe, Nascença, o rio Ceará-Mirim e o Rio D´Água Azul, com sua história, sua beleza, suas nostalgias impregnadas de história, de saudade e de lembranças, é sempre um privilégio!
A beleza do vale está ali - nas visões do que foi seu apogeu e sua glória, no ciclo da cana-de-açúcar
.
Cuidei ver, como que por encanto, as salas do Guaporé, com seus objetos trazidos da Europa: as janelas com seus vitrais de cristal, o piano de cauda, as chapeleiras, os atajés, a mesa grande (tipo ceia larga), a louça inglesa, os cristais guardados em belas cristaleiras, o tapete vermelho que segundo vovó Madalena: "Ah! aquele tapete, em noites de festa parecia tão imponente, como dos castelos medievais. E os galgos de louça vindos da inglaterra? Eles ficavam na entrada do Guaporé e pareciam humanos, vivos, como se falassem..."!

Vovó, papai e Nilo sempre me falavam sobre os grandes bailes e saraus do Guaporé. diziam eles: " a nossa família deslocava-se do Solar Antunes em liteiras, para as grandes festas no Guaporé. De longe ouvia-se a música do piano tocado por tia Augusta. Eram valsas maravilhosas e a noite recebia os tons dourados da lua, das estrelas e dos pirilampos requebrando-se no ar. Dava gosto chegar ao Guaporé e sentir o perfume das múltiplas flores daquele jardim, sob o céu estelar.

Reitero meus agradecimentos ao Sr. Luciano - Programa ROTA BAND - pela grandeza da reportagem, percorrendo as praias do litoral norte, onde as rendeiras de almofadas de bilro da praia de Jacumã pedem que apresentem-se alunos para o aprendizado da bela arte, antes que ela se extinga.

Em Ceará-Mirim deixei o canto dos melhores pássaros, deixei os bueiros dos engenhos, o dobre dos sinos da Matriz de N.Sra. da Conceição, os olheiros om suas águas azuis escuras e o cheiro do húmus. Deixei
as minhas queridas contadoras de estórias: Piô e Maroca, a ingenuidade dos empregados da nossa casa: Quincas e Lebre, o tocador de rabeca - compadre Joaquim Gomes, o saudoso Major Onofre Soares, as minhas cmpanheiras de infância: Chiquinha e Bililiu, a rendeira de almofadas de bilro - dona Biluca - que jamais andou de carro : "eu lá vou andar num bicho desse"...

Meu vale verde! A poesia que o tempo guardou para as minhas horas de contemplação e interiorização do meu mundo perdido.

Meu vale - fonte perene de minhas melhores recordações!

Lúcia Helena Pereira

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1 comentários:
Seareiro disse...

Como sempre, quer em prosa, quer em poesia, a beleza de escrita da querida Lúcia Helena Pereira - a "Poetisa das Flores e do Amor" - é um encantamento, pela luminosidade, pela frescura, pela sensibilidade com que tece palavras e frases, esculpe metáforas, urde narrativas, espelha sua alma romântica, fazendo-nos "ver e olhar", "sentir o odor de perfumes de flores" e as "brisas afagando nossos rostos", pela forma como consegue emprestar aos nossos olhos a sua visão espraiando-se pelos seus verdes canaviais de infância. Ao lermos o que escreve com sua alma e memórias de menina, nos leva a ver e a sentir, como num sonho acordado, aquela criança encantada a dar-nos a mão para nos mostrar, no seu passeio primaveril, o seu verde vale. Que beleza!

Bem haja querida Lúcia Helena!
Um beijo no coração e na tua alma,
Teu admirador
Carlos Morais dos Santos (*)

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(*) Escritor português
www.culturaseafectoslusofonos.blogspot.com
www.procivitasuniversalis,blogspot. com
www.lusotur.blogspot.com

2 comentários:

  1. Como sempre, quer em prosa, quer em poesia, a beleza de escrita da querida Lúcia Helena Pereira - a "Poetisa das Flores e do Amor" - é um encantamento,pela luminosidade, pela frescura, pela sensibilidade com que tece palavras e frases, esculpe metáforas, urde narrativas, espelha sua alma romântica, fazendo-nos "ver e olhar", "sentir o odor de perfumes de flores" e as "brisas afagando nossos rostos", pela forma como consegue emprestar aos nossos olhos a sua visão espraiando-se pelos seus verdes canaviais de infância. Ao lermos o que escreve com sua alma e memórias de menina, nos leva a ver e a sentir, como num sonho acordado, aquela criança encantanda a dar-nos a mão para nos mostrar no seu passeio primaveril, o seu verde vale. Que beleza!

    Bem hajas querida Lúcia Huelena!
    Um beijo no coração e na tua alma,
    Teu admirador
    Carlos Morais dos Santos

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  2. A nossa equipe ficou bastante feliz em fazer o programa em Ceará-Mirim. Nós iamos nos lugares, as pessoas contavam as hists para nós e ficavamos ali anestesiados fazendo cenas em nossas mentes. Tenho certeza que uma entrevista sua teria sido muito boa, como já percebi na riqueza dos detalhes em seu texto. E o agradecimento vem por parte da nossa equipe. Também temos um blog, lá tem texto e fotos da terra encantadora dos verdes canaviais.

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